Fantasia de inspiração medieval com cavaleiros,
magos e dragões existe aos montes, seja de autores de língua inglesa, seja de
autores de países como Itália, Espanha e Brasil. Seguindo o raciocínio da lei
de Sturgeon, que afirma que 90% de qualquer coisa é lixo, podemos dizer que
encontrar uma fantasia que realmente agrade não é fácil. Então, me deparo com
essa noveleta. Num mundo fantástico, uma assassina, portadora de uma espada mágica,
adquire por acidente um ovo especial. Dele surge um dracogrifo, uma mistura de
dragão com grifo, a criatura mitológica meio ave, meio fera. A assassina decide empreender uma jornada para devolver a criatura ao seu local de origem. É
um texto escrito com muito vigor, num ritmo acelerado, mas sem perder a
profundidade dos personagens. Vannora, a assassina, tem uma personalidade
forte, o que é ao mesmo tempo uma qualidade e um defeito. O que é
compreensível. Afinal, ao se tornar uma mulher de ação, ela escolheu subverter
a ordem estabelecida de um mundo dominado por homens, de um mundo violento. A única
ressalva são errinhos na revisão do texto. O maior mérito da
melhor fantasia, assim como da melhor ficção-científica, é contar uma boa
estória e fazer o leitor sair de sua zona de conforto, dar uma chacoalhada na
ordem das coisas. Ninho de Dracogrifos dá sua contribuição.
Ninho de dracogrifos, de Alec Silva, 35 págs., Draco
AVALIAÇÃO: MUITO BOM
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