quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

A ASSASSINA E O DRACOGRIFO



Fantasia de inspiração medieval com cavaleiros, magos e dragões existe aos montes, seja de autores de língua inglesa, seja de autores de países como Itália, Espanha e Brasil. Seguindo o raciocínio da lei de Sturgeon, que afirma que 90% de qualquer coisa é lixo, podemos dizer que encontrar uma fantasia que realmente agrade não é fácil. Então, me deparo com essa noveleta. Num mundo fantástico, uma assassina, portadora de uma espada mágica, adquire por acidente um ovo especial. Dele surge um dracogrifo, uma mistura de dragão com grifo, a criatura mitológica meio ave, meio fera. A assassina decide empreender uma jornada para devolver a criatura ao seu local de origem. É um texto escrito com muito vigor, num ritmo acelerado, mas sem perder a profundidade dos personagens. Vannora, a assassina, tem uma personalidade forte, o que é ao mesmo tempo uma qualidade e um defeito. O que é compreensível. Afinal, ao se tornar uma mulher de ação, ela escolheu subverter a ordem estabelecida de um mundo dominado por homens, de um mundo violento. A única ressalva são errinhos na revisão do texto. O maior mérito da melhor fantasia, assim como da melhor ficção-científica, é contar uma boa estória e fazer o leitor sair de sua zona de conforto, dar uma chacoalhada na ordem das coisas. Ninho de Dracogrifos dá sua contribuição.

Ninho de dracogrifos, de Alec Silva, 35 págs., Draco


AVALIAÇÃO: MUITO BOM

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