Brad
Bird é a mente por trás de animações de grande sucesso de crítica e de público,
como Os Incríveis e Ratatouille. Cada lançamento dele gera grande expectativa,
porque ele conseguiu criar uma marca registrada. Podemos considerá-lo um autor,
um cineasta com uma visão de mundo bem definida, que ele consegue manter coesa,
mesmo com as pressões de estúdio. Ele parece nos dizer: a vida é cheia de
conflitos, então escolha seu lado e lute pelo o que você acha realmente
importante. Em seu primeiro filme live-action, Missão Impossível: Protocolo
Fantasma, ele conseguiu se sair bem, entregando uma aventura empolgante. Seu
próximo filme também será um live-action, Tomorrowland, baseado numa atração da
Disney, com George Clooney. Um projeto ambientado em um universo de fantasia,
que lhe é mais familiar. Porém muitos fãs do diretor torcem para que ele volte
logo para o mundo da animação, no qual, com apenas três filmes, tornou-se uma
referência. E tudo começou com O Gigante de Ferro, de 1999.
Conhecemos
Hogarth, um menino de nove anos, que vive numa área rural dos EUA, em 1957. São
tempos tensos: Guerra Fria, o lançamento do Sputnik, a paranoia comunista, o
medo de um ataque nuclear. Hogarth é inteligente e ativo, vidrado em filmes B
de ficção-científica e quadrinhos como Superman. Certa noite, ele se depara com
uma criatura que veio do espaço: um robô de ferro de 30 metros de altura. O
medo dá lugar ao êxtase: agora ele tem seu próprio robô gigante de estimação.
Mas o robô se tornará algo muito mais precioso.
É
um filme de transição, entre o antigo e o novo jeito de fazer animações. Mistura
animação tradicional e computação gráfica. Ainda tem a cara dos trabalhos
artesanais feitos nas décadas anteriores, mas com uma sofisticação de
fotografia e montagem que se tornou mais comum nos últimos anos.
A
representação dos EUA da década de 1950 é feita de maneira cartunesca, assim
como os elementos de ficção-científica são característicos da época, bem retrô.
É
uma animação que impressiona também pelo seu roteiro. É uma precursora das
melhores animações atuais, que são feitas para toda a família, conseguindo atingir
vários níveis de compreensão, sem ofender a inteligência de crianças, jovens e
adultos. Diverte sem ser idiota.
Emociona sem ser piegas.
O Gigante de Ferro (The Iron Giant), 1999, dir.Brad Bird, Warner Bros.
AVALIAÇÃO: MUITO BOM
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