segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O GIGANTE DE FERRO, UMA ANIMAÇÃO PRECURSORA



Brad Bird é a mente por trás de animações de grande sucesso de crítica e de público, como Os Incríveis e Ratatouille. Cada lançamento dele gera grande expectativa, porque ele conseguiu criar uma marca registrada. Podemos considerá-lo um autor, um cineasta com uma visão de mundo bem definida, que ele consegue manter coesa, mesmo com as pressões de estúdio. Ele parece nos dizer: a vida é cheia de conflitos, então escolha seu lado e lute pelo o que você acha realmente importante. Em seu primeiro filme live-action, Missão Impossível: Protocolo Fantasma, ele conseguiu se sair bem, entregando uma aventura empolgante. Seu próximo filme também será um live-action, Tomorrowland, baseado numa atração da Disney, com George Clooney. Um projeto ambientado em um universo de fantasia, que lhe é mais familiar. Porém muitos fãs do diretor torcem para que ele volte logo para o mundo da animação, no qual, com apenas três filmes, tornou-se uma referência. E tudo começou com O Gigante de Ferro, de 1999.

Conhecemos Hogarth, um menino de nove anos, que vive numa área rural dos EUA, em 1957. São tempos tensos: Guerra Fria, o lançamento do Sputnik, a paranoia comunista, o medo de um ataque nuclear. Hogarth é inteligente e ativo, vidrado em filmes B de ficção-científica e quadrinhos como Superman. Certa noite, ele se depara com uma criatura que veio do espaço: um robô de ferro de 30 metros de altura. O medo dá lugar ao êxtase: agora ele tem seu próprio robô gigante de estimação. Mas o robô se tornará algo muito mais precioso.

É um filme de transição, entre o antigo e o novo jeito de fazer animações. Mistura animação tradicional e computação gráfica. Ainda tem a cara dos trabalhos artesanais feitos nas décadas anteriores, mas com uma sofisticação de fotografia e montagem que se tornou mais comum nos últimos anos.

A representação dos EUA da década de 1950 é feita de maneira cartunesca, assim como os elementos de ficção-científica são característicos da época, bem retrô.

É uma animação que impressiona também pelo seu roteiro. É uma precursora das melhores animações atuais, que são feitas para toda a família, conseguindo atingir vários níveis de compreensão, sem ofender a inteligência de crianças, jovens e adultos.  Diverte sem ser idiota. Emociona sem ser piegas.

O Gigante de Ferro (The Iron Giant), 1999, dir.Brad Bird, Warner Bros.

AVALIAÇÃO: MUITO BOM 

Nenhum comentário:

Postar um comentário